As nótulas, comentários ou quaisquer visões aqui presentes ficam sob a égide da opinião pessoal, portanto, as perspectivas de tal documento mantém-se incautas e sem as nódoas de uma moral quimérica compelida por uma sociedade hipócrita.
Perdoem-nos, leitores coagidos, pelo prefácio acima, porém, sendo este texto de uma autoria suspeita e desconhecida para vocês. Faz-se necessário, portanto, um prelúdio para que deixemos manifestos alguns princípios e idéias exordiais uma vez que sejam esses os alicerces para qualquer campo que eventualmente entremos.
Ora, basta de demorar-se numa introdução para alguns dispensável. Adentremos, pois, os portais clandestinos da mente de quem lhes escreve.
Concentra-se no Brasil uma variedade imensa de coloração de pele, não há raças ou táxons em que se possa classificar esta ou aquela parte de uma população. São todos uma matiz de diversas origens.
O Brasil, sendo uma mistura de “raças”, torna-se execrável a presença do que insistem em alcunhar “racismo”. Eis aqui o povo que jamais poderá olhar para um de seus integrantes e ciciar: “você é preto, inferior”, ou “você é branco, seu nojento”. Nos negros há as mãos brancas de caucasiano e nos brancos, as pintas do afro.
Muito embora determinado indivíduo não possua esta ou aquela etnia em seus ascendentes, a partir do momento que ele crave seus pés nos solos deste país e ostenta-se “brasileiro” sucumbe o direito de disseminar o racismo.
Quantos brasileiros não enfunam-se ao dizer: “sou descendente de portugueses”, “meus avós eram alemães”? Ora, obviamente são leigos e ignorantes, não possuem uma noção de história, sequer de atualidades.
Os tão famosos descendentes de lusitanos deveriam rememorar-se de que, na época da colonização, os únicos portugueses digníssimos mandados ao Brasil enquadravam-se em três classes: deliquentes, prostitutas e pobres sem expectativa de vida em sua terra.
Ou ainda, exponhamos a situação atual de Portugal: um dos integrantes do PIIGS e agora entre os “Stupid”. À medida que a primeira sigla faz alusão ao péssimo desempenho econômico, sendo adornado por desemprego, crises e aumento de impostos no país; a segunda nomenclatura prenuncia os países suscetíveis à falência e, sim, adoráveis leitores, uma das mais bravas metrópoles está entre eles, degradante, não?
Quanto aos alemães, foi a classe baixa atraída pela doação de terras na época da imigração. Sobejando a pergunta: a nata alemã precisaria submeter-se a receber propriedades em um país desenvolvido?
Antecipe-se que aqui não há preferência por este ou aquele, nem mesmo a presença de xenofobia, apenas uma crítica àqueles brasileiros que orgulham-se de ser algo que nem mesmo são.
Observem abaixo um texto retirado do site da ufpa a respeito da instauração da cotas para negros:
“O projeto de lei que quer garantir 20% das vagas para negros e pardos em todos as universidades do Brasil vem gerando opiniões opostas em toda a sociedade. Argumentos contra e a favor é que não faltam. De um lado aqueles que historicamente foram escravizados e discriminados e que vêem nesta política uma forma de diminuir as desigualdades sociais entre negros e brancos no país. E de outro, aqueles que se sentem prejudicados por verem as suas chances de passar no vestibular diminuídas, e injustiçados por sentirem que desta forma estarão pagando por políticas mal elaboradas, que não incluem todos de forma igualitária.
O Rio de Janeiro foi o primeiro estado brasileiro a adotar o critério das cotas para negros. As duas universidades estaduais - UERJ, na capital, e UENF, em Campos - reservam 40% de suas vagas para negros e pardos, o que já ocasionou grande polêmica por lá.
Aqui no Pará, o Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará, (Cedenpa) é uma entidade que se mobiliza para que esta idéia dê certo. Criado em 10 de agosto de 1981, o Cedenpa trabalha contra a discriminação racial e tenta abrir espaço para a população negra no estado do Pará. Segundo a professora Zélia Amador de Deus, uma das fundadoras do movimento negro, dados do IBGE e do Ipea ( Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas) apontam que os negros acumulam desvantagens em todos os setores da vida, seja na questão da moradia, da renda, do trabalho ou da educação.Desvantagens estas que têm sua razão na história da escravidão e que são reforçadas pelo racismo.
"A nossa luta é que os negros saiam do patamar de desvantagem e passem a alcançar um patamar de igualdade em relação aos outros grupos que não foram vítimas de discriminação".diz a professora”
Não seria a instauração de cotas uma forma de depreciação implícita?
É o humano um ser indigno, seja ele branco, negro, amarelo ou azul.
Ora, não creiam, leitores, que somos sociopatas, apenas não contemplamos na humanidade uma faísca rota de esperança ou bondade sequer, o alicerce de nossa perspectiva baseia-se na ideia de que uma sociedade é constituída por seres repugnantes, hipócritas, os quais insistem em pregar a igualdade, mas em seu âmago e em suas próprias ações cotidianas, desmentem-se a si mesmos a e as ideologias que professam.
Ficam aqui as palavras de Machado de Assis: "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria".